quinta-feira, 29 de maio de 2008

VISTA CARNAVAL-NOVA REVISTA PARA SÃO PAULO

REVISTA “ VISTA CARNAVAL” – UMA HOMENAGEM AO CARNAVAL DE SÃO PAULO




A PHS Studium Editora , há 27 anos no mercado, lança a Revista Vista Carnaval dirigida ao grande público que lota a passarela do samba. Será lançada e distribuída gratuitamente, no ano de 2009 , durante os desfiles das Escolas de Samba, no sambódromo paulista.

“ Vista Carnaval” será anual e bilíngüe (português e inglês) impressa em papel couché a 4 cores no formato 210 x 280mm (fechado), com 180 páginas, incluindo capas.


Além, de ser uma inovação no carnaval paulistano, a revista contará as histórias das agremiações e das pessoas envolvidas com essa grande festa que é o carnaval . A publicação terá uma tiragem inicial de 60 mil exemplares.

domingo, 18 de maio de 2008

1968 - O ANO!

1968 - O ANO MÁGICO! muito boa a reportagem do jornal O Globo de hoje, 18 de maio, sobre 1968 . O enfoque é o efeito deste ano mágico/revolucionário nas artes. Muita coisa boa foi dita e consegui tirar algumas coisas importantes para (minha) reflexão:

Ferreira Gullar :"O Cubismo, surrealismo e expressionismo apareceram para ver se arrebentavam com essa intranscendência, mas não seriam capazes, num longo prazo, de impedir a marcha implacável do empobrecimento da imaginação".

"Quando , no plano da música, essa contracultura surge no Brasil, ela nega a música popular brasileira e fala do som universal. Para o bem ou para o mal, esse processo de redução do carácter nacional e regional já era o que era, nunca mais teria a hegemonia e predominância que teve".

"Essa ruptura pós-moderna alia-se perfeitamente à cultura de massa, à sociedade do e spetáculo, a ponto de as artes plásticas virarem performance. O que é performance? O artista vira, ele, a obra. Ocupa o lugar da arte. É um ator. Então por que não está no teatro? . Minha esperança é de que a minoria que lida com a essência continue tendo força e perenidade. Quem inventa a vida é Lavrosier, é Newton, é KANT, é Goethe, não é estar na praia rebolando a bunda. A vida continua a ser inventada por quem reflete, ainda que cresça, dia a dia, a enxurrada de espuma".

Estamos sem referências : "Mas, por ora, é o que se vê: por que a arte virou abstrata, matéria, pura matéria? A arte sempre falou de alguma coisa, sempre foi um instrumento discursivo. De repente, passou a falar dela própria. Tinta sobre tela até arrebentar tudo. O que é tinta sobre tela? Não é porra nenhuma. É sensorial, mas vai para onde? Qual a referência que resta? ".

Rogério Sganzerla, fez a grande obra cinematográfica da contracultura em 1968: 'O bandido da luz vermelha".

Judith Malina, diretora do Living Theater,morou em Ouro Preto e fez parceria com o Teatro Oficina. Sucesso naquela década, ela, misturava ousadia, protesto, experimentalismo e psicodelia- diz: " Quando voltamos, desenvolvemos um trabalho sobre o sadomasoquismo, que foi inspirado na experiência da tortura. Uma sociedade violenta como a brasileira tem um elevado grau de sadomasoquismo na polícia que costuma torturar até hoje, no público que gosta de enredos violentos e na sociedade que convive com essa violência, numa escala cada vez maior".

sexta-feira, 16 de maio de 2008

MUHAMMAD YUNNUS - UM INDIANO CONTRA A MISÉRIA E A FOME

O economista Muhammad Yunus, de Bagladesh,o cridor do microcrédito, ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2006. Os organizadores do prêmio enfatizam assim uma premissa fundamental: não é possível haver paz sem que haja desenvolvimento, e não há desenvolvimento se persistir a pobreza, a fome e a exclusão.

Muhammad Yunnus

A "história" do professor de economia da Universidade de Chitagong, em Bagladesh, Muhammad Yunus, é bem conhecida por quem trabalha com microcrédito. Vendo diariamente a miséria nas ruas de sua cidade, o prof. Yunus resolveu emprestar seu próprio dinheiro àquelas pessoas que não teriam nunca acesso ao sistema normal de crédito, e viviam, via de regra, na dependência de agiotas, que lhes tiravam quase tudo que conseguiam ganhar. Sua experiência começou com mulheres, que logo demonstraram que a idéia daria certo. Compraram mercadorias, revenderam-nas e pagaram o empréstimo, conseguindo assim dar o passo inicial para uma melhoria real de vida.

Como o sucesso obtido inicialmente, Yunus se entusiasmou, levando a idéia adiante para, em 1977, fundar o Grameen Bank. Yunus convenceu o Banco Central de Bagladesh a criar um banco que emprestaria dinheiro aos pobres, com condições especiais que lhes permitisse o acesso ao crédito.

Hoje o Grameen Bank possui um grande ativo, milhares de agências, milhões de acionistas, e atua em quatro continentes e dezenas de países, com o apoio da ONU e do Banco Mundial. O banco é a referência mundial na área de microcrédito, tendo se tornado uma enorme potência que não só ajuda no combate à pobreza, mas também dá lucro, pois a taxa de inadimplência é baixíssima, compensando as taxas de juros diferenciadas.

Os créditos são garantidos por um seguro, mas a razão apontada para a baixa inadimplência é o sistema criado para a concessão do crédito. Trata-se de um crédito solidário, ou seja, os tomadores de empréstimo, geralmente pessoas muito pobres que pegam valores entre US$ 50 e US$ 500, só podem efetuar o negócio com o aval de um grupo de tomadores, sendo os financiamentos concedidos a grupos solidários de 5 (cinco) pessoas, que se tornam automaticamente acionistas do banco. Esse grupo, que faz parte de um grupo maior garante o empréstimo como um todo. Assim, se um dentro do grupo não pagar, os demais são responsáveis pelo pagamento, e assim por diante.

Esse sistema tem dado tão certo que tem atraído atenção no mundo todo e até bancos comerciais de peso internacional começam a se interessar pela idéia. O fato é que o fruto do trabalho começado em Bagladesh é hoje o espelho para as ações mundiais de combate a pobreza e promoção do desenvolvimento.

SIGNIFICADO DO " NAM -MYOHO - RENGUE- KYO

O título do Sutra de Lótus é Myoho-rengue-kyo. Nitiren Daishonin acrescentou a palavra Nam, que significa devoção ou dedicação, consta em uma de suas escrituras: "Somente praticar os sete caracteres do Nam-myoho-rengue-kyo pode parecer limitado, mas desde que esta Lei é o mestre de todos os Budas do passado, presente e futuro, o professor de todos os bodhisattvas do universo, e o guia que capacita todos os seres humanos atingir o estado de Buda, sua prática é incomparavelmente profunda".

Em outras palavras, o título, Myoho-rengue-kyo contêm a essência dos ensinos do Sutra de Lótus na qual contém dentro de si, todos os ensinos budistas. Nas escrituras de Nitiren Daishonin consta o seguinte trecho: "dentro do título, Nam-myoho-rengue-kyo, está incluso todo o sutra que consiste em todos os oitos volumes, vinte e oito capítulos e 69.384 caracteres sem nenhuma exceção".
Assim, em poucas palavras se torna impossível estudar todos os aspectos do significado do Nam-myoho-rengue-kyo, já que como exposto acima, implicaria em explanar toda a filosofia budista. Desta forma, somente iremos destacar os pontos básicos.

Myoho é geralmente traduzido como Lei Mística. A palavra místico significa, difícil de discernir. Myo se refere a iluminação inerente e ho, a ignorância inerente. Myo representa a morte e ho, a vida. Ho, corresponde a todos os fenômenos na qual pode ser percebido pelos nossos sentidos, enquanto myo, se relaciona aos aspectos da vida que não podem ser percebidos. Por exemplo, se alguém está triste, se torna óbvio através de sua expressão facial e reações. Mas, quando está mesma pessoa se torna feliz e começa a sorrir, para onde vai a tristeza ? Não podemos dizer que a tristeza existe como antes, mas ela continua existindo em algum lugar dentro da vida desta pessoa e pode reaparecer a qualquer momento. Este é o chamado estado de "nem existência, nem não-existência", e é descrito como místico. Logo, a vida em todas as suas miríades manifestações, tanto físicas como não–físicas, é acompanhada por um contínuo ciclo de myo e ho, do latente ao manifesto, da morte para a vida.

Myo também engloba outros três significados na qual Nitiren Daishonin explica na carta "Sobre o Daimoku do Sutra de Lótus": abrir, ser dotado e perfeito, e reviver. A energia inerente da vida é a expansão. Isto é o que significa abrir. Ser dotado e perfeito significa que todo e qualquer elemento da vida apresenta esta qualidade. Por exemplo, cada gota do oceano contém as propriedades e elementos do próprio oceano. E por último, reviver, se refere a força vital de regenerar-se e recriar-se.

Myo descreve a vida em sua totalidade, embora esta seja de difícil compreensão e por esta razão é chamada mística. Ho se refere ao aspectos do indivíduo, enquanto Myo se refere ao ritmo universal da vida, na qual se harmonizam e se unificam entre si. Ho, representa os dez estados de vida, enquanto myo, o estado de Buda. Naturalmente, ambos os aspectos são inseparáveis. Esta é a razão para que uma vida baseada somente no ho, que representa a aparência externa, tende a destruição enquanto que uma vida baseada no myoho é sempre voltada para a harmonia e criatividade.


Rengue representa a flor de lótus e significa a simultaneidade da lei de causa e efeito, pois o lótus é uma das únicas espécies do reino vegetal que a flor e a semente nascem no mesmo instante. Rengue indica a simultaneidade do myo (estado de Buda) e ho (nove estados: Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria, Erudição, Absorção, Bodhissatva). Em termos de nossa prática budista, os nove estados são a causa e o estado de Buda é o efeito.
Na verdade, existem duas causas, a causa inerente e a causa externa, e dois efeitos, o efeito latente e o efeito manifesto. Todos nós apresentamos a causa inerente para a iluminação. A causa externa é o Gohonzon e nossa relação se estabelece ao recitarmos o Nam-myoho-rengue-kyo. Este ato cria o efeito manifesto do estado de Buda e com isto, surge uma tendência (efeito latente) para que possamos evidenciar o estado de buda no futuro. Mas, isto não significa que nossas ações não gerem um efeito imediato. Rengue explana a simultaneidade da lei de causa e efeito e Nitiren Daishonin escreveu:
"Para a questão, onde está exatamente o inferno ou a terra do Buda. Um sutra diz que o inferno existe abaixo de nós e outro sutra diz que o Buda está no Oeste. Entretanto, um exame minucioso revela que ambos existem dentro de nós. A razão para que eu veja desta forma, é que o inferno está no coração de um homem que despreza seu pai e desrespeita sua mãe, assim como a semente do lótus, na qual desabrocha a flor e o fruto ao mesmo tempo."

Por último, desde que a flor de lótus nasce em pântanos, rengue também representa a capacidade da própria vida em purificar-se.

Kyo significa o sutra, ensino, som ou vibração. O som nunca se interrompe, há uma reação em cadeia que se expande por todo o universo. "Kyo denota as vozes e sons de todos os seres vivos. Nos Ensinos Orais de Nitiren Daishonin consta: "a voz é uma parte essencial da prática budista". Isto é chamado kyo e as três existências da vida também são chamadas de kyo."

Assim, kyo também significa interligar, como o ato de costurar uma peça de roupa, simbolizando a continuidade ou o fluir do passado, presente e futuro. Em breves palavras, o perfeito ensino na qual explana o eterno fluir da vida.

Embora esta explanação possa ser limitada, podemos dizer que o Myoho-rengue-kyo possui uma infinita profundidade. Todos os princípios budistas, assim como a sua filosofia, emergem através de um contínuo e profundo estudo destes caracteres. Mas, como podemos usá-los em nossas vidas ? Caso o Myoho-rengue-kyo se torne uma mera teoria, se tornará inútil. Neste ponto reside o significado do Nam.

Nam é derivado da palavra Namas, que em Sanscrito, significa devoção ou saudação. Em chinês, é traduzido como kimyo. Ki, significa retornar para a imutável e verdade inabalável e myo (diferente do myo de myoho) significa ter a sabedoria para agir de acordo com as circunstâncias. Logo, Nam, incorpora o ato de devotar ou concentrar-se no ato de recitar o Nam-myoho-rengue-kyo ao Gohonzon. E nesta ação retornamos para a verdade imutável do Myoho-rengue-kyo e começamos a viver nossas existências com sabedoria, para agir da melhor forma em todas as circunstâncias da vida diária. Em suma, significa unir a vida individual com o ritmo universal. Desta forma, a felicidade não depende de nada externo a nós. Um bom emprego, casamento ou qualquer outra situação da vida pode ser tanto um fonte de alegria como de sofrimento. Esta é a razão para recitarmos o Nam-myoho-rengue-kyo: assegurar uma inabalável condição de vida.

domingo, 11 de maio de 2008

ELTON JOHN - NIKITA

Ei, Nikita, está frio
no seu pequeno canto do mundo?
Você poderia andar por todo o globo
e nunca encontraria uma alma mais quente para conhecer

Ei, eu vi você perto do muro
Dez dos seus soldados de lata em fila
Com olhos que pareciam gelo no fogo
O coração humano, um prisioneiro na neve.


Oh, Nikita, você nunca saberá nada sobre meu lar
Eu nunca saberei como deve ser bom te abraçar
Nikita, eu preciso tanto de você
Oh, Nikita, o outro lado de qualquer linha dada está em tempo?
Contando dez soldados de lata na fila
Oh não, Nikita, você nunca saberá

Você sonha comigo às vezes?
Você vê as cartas que eu escrevo?
Quando você olha através do arame farpado,
Nikita, você conta as estrelas à noite?

E se chegar um tempo que
Armas e portões já não te prenderão mais
e se você estiver livre para fazer uma escolha
Apenas olhe para o oeste e encontre um amigo

SORRY SEEMS TO BE THE HARDEST WORLD

ELTON JOHN


What have I got to do to make you love me
What have I got to do to make you care
What do I do when lightening strikes me
And I wake up and find that you are not there

What have I got to do to make you want me
What have I got to do to be heard
what do I say when it's all over
And sorry seems to be the hardest word
It's sad, so sad
It's a sad sad situation
And it's getting more and more absurd
It's sad, so sad
Why can't we talk it over
Oh, it seems to me
Sorry seems to be the hardest word

What do I do to make you love me
What have I got to do to be heard
What do I do when lightening strikes me
What have I got to do,
What have I got to do?
When sorry seems to be the hardest word...

sábado, 10 de maio de 2008

VIVA DILMA ROUSSEFF !!!!!!!!!!!!!!!

Fiquei estarrecida com o tratamento dado a ministra Dilma Rousseff no Senado, esta semana, pelo senador José Agripino Maia, que pertenceu ao partido da ditadura, na época em que a ministra foi presa e torturada impiedosamente aos 19 anos de idade. A falta de respeito e a crueldade, deste cidadão, a forma como foi lembrado por ele o episódio, tentando ridicularizar o fato da ministra ter mentido, no pau de arara, para salvar seus companheiros da morte.

QUE SER HUMANO É ESSE? que tripudia em cima das dores e cicatrizes de uma mulher-guerrilheira que teve a coragem de colocar seus sonhos em prática...de ir à luta! enquanto ele servia a ditadura militar. Colocar o dedo nas feridas já expostas pelo cargo e pela história da ministra é no mínimo desumano, cruel.

Inesquecível foi a resposta dada pela ministra a este inquisidor barato da ditadura. A firmeza da sua resposta impressionou a todos e conseguiu virar o jogo dos oportunistas de plantão. Dilma Rousseff lembrou que em um regime de exceção mentir para salvar vidas é a escolha certa a fazer. Na democracia não! mentir não eestá no código de um país democrata.

Aprendemos mais sobre democracia, companheirismo e fidelidade neste episódio do que nas salas de aulas.

VIVA DILMA!!!!!!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

GIUSEPPE UNGARETTI - POETA

Em uma palestra sobre o filósofo Giambattista Vico, Giuseppe Ungaretti afirmou que a verdadeira missão do homem na Terra não era a felicidade, mas sim a grandeza. Uma grandeza que seria conquistada a muito custo, sem dúvida. O próprio Ungaretti realizou esta proeza, passando por momentos verdadeiramente trágicos, sempre retrabalhados com um requinte de expressão artística em poemas que, além de comoverem pela emoção secreta que emana de cada verso, provocam no leitor a atitude de reflexão que somente a lírica do pensamento permite.

A prova desta proeza já estava em seu primeiro livro de poemas, “A Alegria”, publicado recentemente no Brasil pela Editora Record, com tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti. Nascido em 1888 em Alexandria, Egito, cidade mítica que encantava o jovem poeta pela paradoxal paisagem que unia o mar e o deserto, Ungaretti era filho de italianos, mas o desterro sempre foi a sua verdadeira pátria.

Seja na Itália, na França (onde passou a adolescência e teve contatos com a vanguarda simbolista) ou até mesmo no Brasil (foi professor de Literatura Italiana na Universidade de São Paulo entre 1937 e 1942), seu sentimento de vazio, do tempo que desgasta as coisas deste mundo, de uma permanente inquietude pelo destino do homem, sempre foi um sentimento presente na sua obra.

ANNIENTAMENTO
Versa il 21 maggio 1916


Il cuore ha prodigato le lucciole
s'è acceso e spento
di verde in verde
ho compitato

Colle mie mani plasmo il suolo
diffuso di grilli
mi modulo
di
somesso uguale
cuore

M'ama non m'ama
mi sono smaltato
di margherite
mi sono radicato
nella terra marcita
sono cresciutto
come un crespo
sullo stelo torto
mi sono colto
nel tuffo
di spinalba

Oggi
come l'Isonzo
di asfalto azzurro
mi fisso

quarta-feira, 7 de maio de 2008

NOVA REVISTA CULTURAL: FUZUÊ MAGAZINE

REVISTA FUZUÊ MAGAZINE


O mercado de revistas culturais acaba de ganhar um reforço de peso. A editora Phs Studium lança, em agosto, a revista bimensal “ FUZUÊ MAGAZINE”, dirigida para o bairro boêmio da LAPA, no Centro do Rio de Janeiro. A revista terá pluralidade de assuntos numa publicação bem cuidada, com uma diagramação leve, textos e fotografias ilustrando suas 96 páginas .

A idéia é mostrar um pouco da história do bairro, onde se concentra, hoje , boa parte dos melhores restaurantes e bares do Rio , além de galerias, museus , igrejas e construções históricas . Tudo isso perto do coração financeiro da cidade .

Nos anos 50, a LAPA era conhecida como “Montmartre Carioca”, uma comparação com o famoso bairro boêmio de Paris. Em fins da década de 90 o bairro passou por um processo de revitalização e renasceu junto com as novas casas noturnas onde se ouve samba, rock, chorinho, shows com artistas nacionais e internacionais, música eletrônica, hip hop, funk..etc...em espaços como o Circo Voador e Fundição Progresso. Cerca de 5 mil pessoas ciuculam, nos finais de semana, no horário entre 22h e 5 da manhã.

FUZUÊ MAGAZINE , será uma revista dirigida e distribuída gratuitamente para esse público que frequenta o bairro e empresários que atuam na região. A tiragem inicial será de 10 mil exemplares e teremos, ainda, agendas culturais e personalidades que serão convidadas a escreverem sobre diversos temas.

domingo, 4 de maio de 2008

SEBASTIÃO SALGADO: PROJETO GÊNESIS-EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Na realidade, evoluí muito em relação à natureza. Tudo começou em 1998, quando nós (ele e sua mulher, Lelia Wanick, que dirige a agência Amazonas Imagens) compramos a fazenda que foi de meus pais, onde eu cresci, em Aimorés, em Minas Gerais. A Lelia teve a idéia de recuperar o que estava degradado. Essa tentativa de recriar a floresta virou o Instituto Terra, uma organização de educação ambiental que já atendeu mais de 5 mil pessoas e plantou 1 milhão de mudas de mata atlântica.
Eu não me transformei em um fotógrafo de paisagem ou de animais. Apenas quero começar uma série de fotografias que também incluam a biodiversidade do planeta e o meio ambiente como um todo dentro da discussão. Esses temas são tão essenciais como a distribuição de renda, a migração e os tópicos que sempre consideramos importantes para a espécie humana. Esse é o foco do projeto Gênesis. As novas fotografias são para apresentar os 46% do planeta ainda intactos e onde tudo está em formação e estado primal.

BELEZA AFRICANA- um grupo de zebras-da-montanha bebe água no Rio Hoanib, da Namíbia (abaixo). As montanhas Ágata, na costa da Namíbia (abaixo). E um gorila das montanhas de Ruanda, líder de seu bando, espreita na floresta. São espécies ameaçadas em uma região marcada pela pobreza ou pela guerra.

Projeto Gênesis – Fiz uma amostragem de 30 grandes reportagens a serem feitas até 2012. A idéia é criar uma espécie de acervo para ajudar nessa discussão sobre o planeta. No Gênesis, também existe uma proposta de educação ambiental internacional. É um projeto em parceria com a Unesco e livre de direitos autorais, tanto de fotografia quanto de texto. Professores e comunicadores usam minhas fotografias da natureza como base para a formulação de uma cartilha que será distribuída nas escolas. No material, além das fotos, existem informações sobre a teoria da evolução e conceitos sobre biodiversidade. Também vão acontecer exposições ao ar livre gratuitas para que as pessoas possam ver o planeta em que vivem. O projeto já foi testado no Espírito Santo com 92 mil crianças e está sendo levado para a Espanha, com o apoio do príncipe de Astúrias, Felipe de Bourbon. Temos de ganhar todos para essa causa.

Temos de voltar à idéia de sustentabilidade. O moderno não é você ter computador. Não é ter tecnologia. O moderno é a sustentabilidade. Essa é a preocupação real do planeta. A humanidade só vai conseguir resistir como espécie se pensarmos dessa forma. Hoje, a tônica principal é voltar a pensar no interior, nas nascentes, nas águas, no equilíbrio e na agricultura dessas regiões. Mudar a degradação atual do planeta só é possível por meio da agricultura. E não vamos conseguir isso se seguirmos essa loucura que está acontecendo no Brasil, de querer exportar a todo preço. Precisamos de uma agricultura sustentável. E o mundo urbano e rico está disposto a pagar um pouco mais caro por isso. Primeiro, para ter um produto limpo e sem agrotóxicos. Segundo, para consumir um produto que não degrade a Terra. E, terceiro, porque as pessoas querem ter interação com o planeta.

Alto Xingu, a Amazônia e o Pantanal - Projeto Gênesis são regiões onde está a parte do planeta que ainda não foi tocada pelo homem. Gostaria também de fotografar a Mata Atlântica, e estou em busca de locais possivelmente intactos no Vale do Ribeira, mas ainda é apenas uma possibilidade. Seguramente vou ao Pantanal, e vou trabalhar ainda no sistema de águas do Amazonas, nos grandes rios do norte da região. Pretendo voltar duas vezes para o Brasil para fotografar.

Os índios do Alto Xingu também são o Gênesis. A região é visitada desde a década de 50, mas os índios souberam se preservar. Eles ainda têm uma personalidade, uma característica da cultura deles que para nós seria como os heróis da Idade Média dos europeus. Espero que eles saibam manter suas tradições e lutar contra o envenenamento de seus rios. Mas nosso discurso também tem de mudar. Estamos com um discurso velho de mero produtivismo agrícola. O problema não é mais esse no mundo. Estamos ficando antigos. Hoje, o mundo quer uma agricultura limpa. O Brasil vai ser cobrado duramente por suas práticas atuais.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

( IM ) POSSIBILIDADES

Criamos várias impossibilidades durante a vida e muitas vezes passamos batidos sem olhar ao lado.....com medo da materialização das possibilidades. Estamos presos lá no início do século XIX, quando várias instituições foram criadas, colocando um freio na nossa criatividade, nos adequando a sociedade. Passamos a vida sendo sequestrados pelo medo . Essa impossibilidade tem nome, endereço, telefone, flertamos todos os dias com ela. Gera a auto-censura que lá na frente....gera as ditaduras internas e externas.

O Filósofo Michel Foucault, esteve no Brasil em 1975, veio realizar uma palestra em São Paulo. Diante de uma platéia ansiosa para ouvi-lo disse : " Deus nos livre da censura. Deus nos livre da ditadura. Eu não dou curso aqui porque estão matando os pensadores desta casa", em seguida, se retirou do auditório e foi participar da passeata e missa ecumênica em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog , morto pela ditadura militar naquele ano. Deve ter sido, para ele , totalmente imcompreensível , a atitude daquela platéia, isolada do contexto lá fora, ávida por um conhecimento que, na verdade, estava fora daquelas paredes, alí , do outro lado da porta.

No filme “A Casa Do Lago”, temos uma impossibilidade temporal entre o casal, ela vive em 2006 e ele em 2004, é a impossibilidade de nos apropriarmos de nós mesmos . Vivemos assim de impossibilidade às impossibilidades.

“NÃO É A VIDA QUE É MORTAL, A MORTE É QUE É VITAL”
Santo Agostinho