quinta-feira, 17 de maio de 2012

(IM) POSSIBILIDADES





Criamos várias impossibilidades durante a vida e muitas vezes passamos batidos sem olhar ao lado com medo da materialização das possibilidades. Estamos presos lá no início do século XIX quando várias instituições foram criadas colocando um freio na nossa criatividade, nos adequando a sociedade. Passamos a vida sendo sequestrados pelo medo. Essa impossibilidade tem nome, enderêço, e telefone. Flertamos todos os dias com ela, gera a auto-censura que lá na frente, gera as ditaduras internas e externas.

O Filósofo Michel Foucault esteve no Brasil em 1975, veio realizar uma palestra em São Paulo, diante de uma platéia ansiosa para ouvi-lo disse: " Deus nos livre da censura. Deus nos livre da ditadura. Eu não dou curso aqui porque estão matando os pensadores desta casa", em seguida, se retirou do auditório e foi participar da passeata e missa ecumênica em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura militar naquele ano.

Deve ter sido para ele totalmente imcompreensível a atitude daquela platéia isolada do contexto lá fora ávida por um conhecimento que, na verdade, estava fora daquelas paredes, alí do outro lado da porta.

No filme “A Casa Do Lago” temos uma impossibilidade temporal entre o casal, ela vive em 2006 e ele em 2004, como no espelho, é interessante como vemos de forma clara a impossibilidade, criada por nós, de nos apropriarmos de nós mesmos. Vivemos assim de impossibilidade às impossibilidades.

“NÃO É A VIDA QUE É MORTAL, A MORTE É QUE É VITAL”
Santo Agostinho

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