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sábado, 26 de novembro de 2011
FILÓSOFO ALAIN DE BOTTON LANÇA LIVRO NO BRASIL E CRITICA A ELITE BRASILEIRA
Na cidade para lançar seu livro 'Religião para Ateus', o filósofo se encanta por prédios históricos de vários estilos no Rio de Janeiro. Criticou a elite brasileira, e chocou-se com a "profunda desigualdade" do país.
Folha - O que achou do Brasil nessa primeira visita?
Alain de Botton - É um pais fascinante, parece que estou aqui há um século, de tantas impressões. Estou maravilhado com o tamanho, a diversidade, as pessoas. Tenho lido história do Brasil, é impressionante a quantidade de coisas que já aconteceram aqui, as turbulências, revoltas, mas também os esforços para ser bem-sucedido e unir este país apesar dos incríveis desafios geográficos, das guerras, doenças. Vindo da Inglaterra, fiquei com a impressão de que vivo em um lugar muito pequeno, onde nada aconteceu, em comparação com este país.
Como foi a viagem?
Comecei em Porto Alegre, experimentei o sul germânico, aí fui para São Paulo e experimentei a loucura...
Loucura em que sentido?
Você vê na geografia urbana que é uma cidade em que ninguém parou para pensar ªcomo podemos fazer essa cidade habitável, bonita, calma?º. Foi tudo corrido, preocupado em fazer dinheiro, em se projetar no cenário internacional, e não houve muito tempo para pensar em parques e coisas do tipo. Num dia cinza, parece uma visão do inferno.
E você teve alguns encontros com a elite da cidade.
Sim, fui a um coquetel em São Paulo, após uma palestra que dei para a elite [na Sala São Paulo] e fiquei espantado com o refinamento deles, muito mais do que qualquer um que você encontraria em Londres. Não sei, não era exatamente uma riqueza decadente, mas extremamente privilegiada, de um jeito que me pareceu impossível de acontecer no Reino Unido. Uma conversa de ªpegamos o helicóptero para ir aliº, ªa limousine está aí foraº, ªminha filha está estudando na Alemanhaº. As diferenças são tão... uau! Nós saímos do prédio e havia algo que parecia um cadáver, mas que provavelmente ainda era uma pessoa. Isso é extremo.
Qual é sua sensação geral desse contraste de classes?
Sinto que o Brasil está a apenas alguns dólares de distância de uma completa transformação, em termos de salário mínimo. Com mais cinco anos de bom crescimento econômico esse país vai estar completamente diferente. Parece uma fase de transição mesmo. Fui a uma favela ontem e você tem a sensação de que aquilo não vai ser daquele jeito para sempre, não parece com a Índia, onde a pobreza é tão estrutural e endêmica que o país não tem mecanismos para contorná-la.
É apenas uma impressão, mas não me senti pessimista, apesar de ter encontrado vários brasileiros pessimistas, gente que me disse que o país tem problemas sérios, ªnão acredite no que você lê na `Economist'º. Por outro lado, encontrei gente otimista, que acha que o país mudou de nível e que, se conseguir acabar com a corrupção política e dar um jeito na educação, vai dar certo. Acho que há muita base para o otimismo.
Como você compararia as três cidades que visitou?
Se você quer uma vida calma, Porto Alegre é o lugar. Parece uma cidade sóbria, trabalhadora, tem uma certa qualidade germânica. E você está distante, mais próximo da Argentina.
*Você conheceu a Argentina? *
Nunca estive lá, mas acho interessantes as diferenças entre brasileiros e argentinos. Instintivamente me sinto mais próximo dos brasileiros, acho que os argentinos são um pouco depressivos, com seu estilo europeu, aquela coisa belle époque de ªParis da América Latinaº, os ditadores, cavalos, é tudo meio depressivo, não é exatamente meu cenário. Mas nunca estive lá.
Você tuitou um comentário que comparava Porto Alegre com o Texas, São Paulo com Nova York e o Rio com Los Angeles. Acha válida a comparação?
Isso gerou muitos comentários, gente concordando e discordando. No geral, o que chama a atenção é como o Brasil é diferente dos EUA, felizmente. É um país religioso de um modo bom, não é fundamentalista, a religião aqui tem uma influência calmante, diz às pessoas que há outro mundo além desse, isso faz com que o espírito brasileiro seja mais relaxado, enquanto o americano é sobressaltado, focado no dinheiro e no sucesso de um modo louco, porque não há nada além daqui. Tenho a sensação de que o Brasil é um pouco mais equilibrado nesse sentido. Mas não compro essa conversa de que os brasileiros são alegres. São bastante afetuosos, mas sinto muita tristeza também, uma certa melancolia, o que acho bom, porque torna a cultura brasileira mais interessante.
De que cidade você gostou mais?
Do Rio. É uma cidade que seduz imediatamente. Parece que ela é criticada porque tudo aconteceria em São Paulo e o Rio seria muito provinciano, mas não fiquei com essa impressão, parece ter muita coisa acontecendo aqui. Não é um balneário de férias.
Você esteve em mansões e numa favela. Que impressão teve desse contraste?
Fiquei impressionado com a quantidade gente que me disse nunca ter ido a uma favela. E também me chamou a atenção quantas mulheres das favelas trabalham em casas de ricos, tomando conta de seus filhos. Isso me interessa, tenho certeza de que deve surgir um laço sentimental entre as crianças e as mulheres que tomam conta delas, isso é intrigante em termos emocionais. Deve haver histórias fascinantes de conexão entre famílias muito ricas e gente muito pobre.
Viu exemplos de racismo aqui?
É curioso, todas as pessoas com quem conversei me dizem que não existe racismo no Brasil, que isso não é um problema. Achei estranho, no Reino Unido, qualquer pessoa de classe média com quem você converse sobre isso vai dizer que é claro que há problemas, todos admitem. Mas, no Brasil, parece ser uma questão de honra dizer que não há racismo. Admitem problemas econômicos, mas não esse tipo de preconceito. Talvez não haja mesmo, ou talvez eu não tenha perguntado para as pessoas certas.
Que impressão levou da visita ao Complexo do Alemão, no Rio?
Não é tão ruim quanto eu fui levado a crer. Eu imaginava o inferno na Terra, como o que você encontra na Índia e em partes da África. Não é fantástico, mas é ok. Havia casas boas, ruas pavimentadas, não vi esgoto a céu aberto, as pessoas circulavam. Fui a uma favela pacificada, então não sei como o clima pode ser em um lugar mais violento. Mas acredito genuinamente que as favelas não serão um problema eterno no Brasil. É uma fase. Aquelas cidades turísticas italianas nas encostas de morros já foram favelas também, séculos atrás. Hoje pensamos nelas como lugares charmosos. Imagino que, em 50 anos, o mesmo processo vai acontecer no Brasil. Vamos olhar para a história do país e ver que foi um momento de salto populacional no qual o governo perdeu o controle, houve crises econômicas, mas aí Lula veio, o preço das commodities subiu, o Brasil pôde usar esse dinheiro para se desenvolver.
Qual sua impressão do governo Lula?
Ele deu muita sorte em diversos pontos, pegou a alta do preço das commodities, seu antecessor havia estabilizado as coisas e feito boa parte do trabalho difícil, ele herdou um bom cenário. Mas fez algumas coisas básicas em termos de redistribuição [de renda] que assustavam a elite. Ele provou que a redistribuição não era um desastre, os ricos têm dinheiro suficiente, é possível tirar um pouco deles para ajudar a sociedade como um todo.
O que o Brasil precisa agora é educar adequadamente sua população, acabar com a corrupção para que o dinheiro vá para onde é necessário, criar um sistema de impostos mais justo e eficiente e uma infraestrutura melhor. Uma vez que isso comece a ser feito, e já está começando, o resto virá.
Qual sua opinião sobre a presidente Dilma?
Sinto que ela é boa. Gosto da falta de estilo dela, é uma espécie de Angela Merkel do Brasil. Ela parece incorruptível, e isso é algo fantástico para esse país. É claro que não basta ser só ela, é um país imenso e ainda há muitos corruptos em diversos Estados, mas essas coisas levam tempo mesmo. É preciso persistência e uma imprensa vigilante, e parece que a brasileira está fazendo isso.
E o que achou dos brasileiros? Sentiu diferença entre a população de cada cidade?
À medida que fui subindo, as coisas foram ficando mais quentes em termos emotivos. Acho que a população do Rio representa mais a imagem clássica do brasileiro entusiasmado, imediatamente afetivo. Me chamou a atenção como os brasileiros são amigáveis, mas não de um modo americano. Os americanos têm uma amabilidade que parece mercenária, interesseira. Aqui, a amabilidade é mais otimista, as pessoas são apresentadas às outras e acham que não há motivo para não gostar delas. Isso é muito antibritânico, lá nós achamos que não há motivo para gostar imediatamente das pessoas a quem somos apresentados.
Você tuitou sobre brasileiras que reclamaram que aqui existe um ªculto opressivo à belezaº.
É engraçado. O Brasil obviamente tem muita gente não atraente, tanto quanto qualquer outro lugar, mas as pessoas dizem ªtodo mundo é bonito no Brasilº. É claro que não, há gente bonita e gente feia. Mas os brasileiros valorizam muito a beleza. Conversando com homens aqui, era muito comum ouvir ªolha aquela mulher, como é gostosaº. Ninguém faz isso na Inglaterra, mas nem acho que é algo sexual, era como se estivessem admirando um céu bonito ou um pássaro, é algo até inocente. Ninguém se envergonha de dizer ªolhe aquelas pernasº. Na Inglaterra nós somos educados a nunca fazer isso porque as mulheres podem achar que é algo machista, mas aqui o clima é mais relaxado, não é tão politicamente correto. O Brasil definitivamente não é uma sociedade politicamente correta do ponto de vista americano ou europeu.
O que achou da arquitetura no país?
O Brasil tem provavelmente a melhor arquitetura modernista do mundo, aquela coisa clássica do século 20 feita por Niemeyer e outros. É a melhor porque é modernista, mas adaptada ao cenário e clima locais, o que dá uma identidade às construções, você consegue dizer ªessa é uma obra brasileiraº.
Mas é desapontador quando você olha para a maioria dos edifícios brasileiros, eles são terríveis, não têm vida nem cor, blocos de apartamentos horríveis. Conversei com alguns arquitetos e eles me disseram que o problema é que o governo não se preocupa com boa arquitetura quando faz obras. No Brasil, bons arquitetos fazem casas para os ricos, não fazem obras públicas. É o oposto da Europa e dos EUA, onde os bons arquitetos não desenham residências privadas, isso não é arquitetura. Eles desenham partes da cidade, trabalham com empreiteiras para construir belos arranha-céus.
Se eu estivesse no comando do Brasil, forçaria cada contrato de grandes obras a passar por uma competição entre os melhores escritórios de arquitetura. Isso faria as obras custarem 7% a mais, mas o país teria uma arquitetura moderna em nível nacional, em vez de pequenos pedaços aqui e ali. O país deveria ter progredido a partir do legado de Niemeyer, a história não poderia ter parado ali.
O que mais você faria se comandasse o país?
Além da reforma geral na arquitetura, contrataria alguns tecnocratas alemães para vigiar o dinheiro e acabar com a corrupção de uma vez. Definiria que, a partir de 31 de janeiro, não haverá mais corrupção, vamos investigar tudo até o fim e essa se tornaria a primeira sociedade 100% transparente do mundo, usaríamos a internet para abrir todas as contas públicas.
Por que tecnocratas alemães?
A Alemanha tem o menor nível de corrupção do mundo, seu sistema de impostos é extraordinário, eles não perdem um centavo, não há furos. Por isso são tão poderosos. Então vamos precisar de um pouco de alemães aqui, talvez os de Porto Alegre possam ser usados para isso.
E o resto da sua plataforma de governo?
Eu também ouviria os economistas para saber o que mais podemos fazer em termos de redistribuição [de renda], que percentual do PIB podemos distribuir imediatamente para os mais pobres, sem desarranjar toda a economia do país. Suspeito que seja um pouco mais do que o que é feito atualmente, mas isso é um palpite.
Precisaria também quebrar a força dos sindicatos de professores e canalizar a energia dos jovens brasileiros que queiram ensinar, formar uma equipe quase militar de jovens professores que seriam treinados e enviados para as escolas usando os melhores e mais modernos métodos de educação. Me livraria dos professores antigos, os aposentaria ou os enviaria para receberem treinamento.
Daria a cada favelado dinheiro para comprar material de construção para deixar suas casas com um nível mínimo de qualidade.
Investiria em infraestrutura, energia, alternativas às viagens aéreas.
O que poderíamos aprender com os britânicos?
Não muito (risos). Acho que o nível dos servidores públicos britânicos é muito alto, são muito honestos, particularmente os juízes. O sistema judicial britânico é muito bom, funciona bem, poderíamos pegar um pouco disso. Mas não muito mais, talvez a paciência. O Reino Unido levou um longo tempo para se tornar o que é hoje. No Brasil existem diferentes faixas de tempo, há pedaços que se parecem com a Manchester no século 19, outros que parecem a Los Angeles do século 21. É um caleidoscópio, você sente que aqui coexistem diferentes estágios temporais da história da humanidade.
Que impressão você vai levar dessa primeira visita?
Eu levei um longo tempo para vir ao Brasil porque achei que precisava mudar, estar numa posição em que conseguisse entender esse país. Me sinto muito enriquecido. Hoje penso no Brasil como um país que eu conheço e de que gosto, com o qual tenho uma conexão. É inevitável gostar de um país que gosta de uma parte do que você faz. Meus livros são publicados na Finlândia e devem ter vendido um exemplar, então não consigo evitar sentir um certo desgosto por um país em que ninguém gosta de mim. Quando você tem leitores e eles gostam dos seus livros, isso provavelmente significa que quando você for conhecê-los vai se dar bem com eles, porque livros são como conversas congeladas, quando você encontra os leitores você descongela a conversa e as coisas tendem a correr bem, e foi o que aconteceu aqui durante essa semana.
Espero voltar, na verdade vou voltar.
Para abrir sua Escola da Vida (School of Life) aqui?
Exato. Esse projeto ainda está numa etapa inicial, mas vai acontecer, vamos abrir no Rio em agosto de 2012. Essa é uma razão para voltar e para aprofundar minhas conexões com este país. Pretendo passar umas seis semanas aqui da próxima vez, trazer as crianças. Adoraria mostrar a elas os extremos do Brasil, quero leva-las a uma favela. Eles vivem em uma parte privilegiada de uma cidade privilegiada como Londres, é importante para eles que conheçam essa outra realidade.
O que você acha que eles podem aprender na favela?
Eles precisam entender o lugar que ocupam na sociedade. Precisam entender como o país delas é rico e como levam uma vida privilegiada. E precisam perder o medo da pobreza. Meu filho caçula me disse ªo Brasil é perigoso, tem muitos pobresº e eu falei ªo quê? De onde saiu esse raciocínio?º. É uma coisa de criança, eles ficam assustados, mas eu não quero que eles pensem desse modo, então vou levá-los para passear na favela e, com sorte, nunca mais vão pensar assim. Isso é importante para torná-los cidadãos globais. Tenho certeza de que o país deixaria uma impressão permanente neles.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
23 de Novembro-Rede Mulher-Estarei lá!!!
Estarei participando, no dia 23 de novembro do evento REDE MULHER, que será realizado pela Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos de Nilópolis, a convite da Secretária Nilcéia Clara Cardoso. Este evento fará parte do meu Documentário VIVA MULHER que está percorrendo o Brasil, registrando depoimentos e discutindo a violência, cada vez mais crescente, contra a mulher no país.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
A FRAGILIDADE DAS RELAÇÕES HUMANAS
O fracasso das relações humanas é digno de um tratado, sempre foi, e agora mais do que nunca com o advento das redes sociais. Somos rápidos, sucintos, concisos e lacônicos. Estamos cada vez mais longe do outro, enganados por uma rede que não embala ninguém, nem nos faz sonhar.
Zygmunt Bauman, desenvolve o conceito de “liquidez humana”, situação que se manifesta indubitavelmente nos diversos âmbitos de nosso fracassado projeto civilizatório, em decorrência da transformação do ser humano, singular, em objeto de consumo, descartável, até mesmo nas relações interpessoais cotidianas.
A vida na sociedade líquido-moderna é uma versão perniciosa da dança das cadeiras,
jogada para valer. O verdadeiro prêmio nessa competição é a garantia (temporária) de
ser excluído das fileiras dos destruídos e evitar ser jogado no lixo (BAUMAN, 2007b, p.10).
Os relacionamentos virtuais são assépticos e descartáveis, e não exigem o compromisso efetivo de nenhuma das partes pretensamente envolvidas. Bauman define tanto as "práticas amorosas” virtuais como os relacionamentos afetivos marcados pelo gosto pela efemeridade pelo termo “relacionamento de bolso”, pois podemos dispor deles quando necessário e depois tornar a guardá-los (2004, p. 10).
Mesmo os relacionamentos mais antigos, aqueles em que o laço não é tão frouxo, dançam iludidos pela modernidade, onde é muito mais fácil descartar, bloquear e até deletar da sua vida pessoas que fazem parte de sua memória afetiva. Tornou-se mais simples colocarmos as cercas e muros com a rapidez do toque de um dedo. Foi para isso que lutamos? o que construímos? Para onde estamos indo?. Essas perguntas sempre existiram, só que nesse momento, a rede está mais estendida e o sofrimento ampliado.
Jô A. Ramos
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
CURSO ALEGRIA DE VIVER-ACALMANDO A MENTE
Uma mente tranqüila e um coração alegre nos ajudam a viver com mais harmonia e felicidade. E nada melhor do que as instruções de um grande mestre como Yongey Mingyur Rinpoche para nos ensinar esse caminho em direção a um estado mais sereno e equilibrado.
Mingyur Rinpoche, autor do bestseller " A Alegria de Viver", é hoje um dos mais conhecidos e célebres mestres de meditação da nova geração de monges tibetanos. Seus ensinamentos, aliando clareza e bom humor, tem sensibilizado pessoas em diversos países do mundo, mostrando os métodos necessários para que qualquer um possa atingir esse equilíbrio interno.
O Curso Alegria de Viver – Acalmando a Mente é apropriado para pessoas de qualquer fé ou crença, proporcionando uma excelente introdução à meditação para alunos novos e uma oportunidade valiosa para aprofundar a prática para meditadores mais experientes.
O programa inclui vídeos gravados exclusivamente para esse curso por Mingyur Rinpoche e orientações ao vivo de Tim Olmsted, instrutor do Tergar Meditation Community.
Nos vídeos, Mingyur Rinpoche nos mostra como a meditação pode ajudar a criar uma mente tranqüila e um coração alegre. Com sua característica clareza e perspicácia, ele demonstra como usar qualquer situação, mesmo as que incluam dor física ou emoções difíceis, como uma porta para a paz interior.
Tim Olmsted é psicoterapeuta e instrutor do Tergar Meditation Community. Praticante de meditação desde 1977, viveu por 12 anos no Nepal, onde estudou com diversos mestres, inclusive Tulku Urgyen Rinpoche, pai de Mingyur Rinpoche. No momento ele é presidente do Fundação Pema Chodron, que apóia Gampo Abbey, o maior monastério budista da América do Norte. Tim tem viajado pelo mundo todo nos últimos 20 anos ensinando os princípios da meditação.
Em São Paulo, nos dias 19 e 20 de Novembro de 2011 (sábado e domingo), das 9 às 18hs: R$ 240,00 (Incluso taxa de inscrição, curso completo, almoços e coffee-breaks).
No Rio de Janeiro, nos dias 26 e 27 de Novembro de 2011 (sábado e domingo), das 9 às 18hs: R$ 280,00 (Incluso taxa de inscrição, curso completo, almoços e coffee-breaks).
Para maiores informações acesse: http://yongeybr.tripod.com
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Mais 1 jornalista é assassinado na luta contra o tráfico no Brasil
A falta de segurança e estrutura dada aos profissionais em áreas de risco resultou em mais uma morte na cobertura policial em favelas cariocas. No início da manhã deste domingo (6/11), o repórter cinematográfico da TV Bandeirantes Gelson Domingos, de 46 anos, foi atingido com um tiro no peito enquanto fazia imagens de uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na favela de Antares, na Zona Oeste do Rio.
O repórter cinematográfico, que era obrigado a exercer também a função de motorista do veículo da emissora – contrariando todas as normas de segurança em áreas de risco –, avistou um homem correndo com fuzil próximo a um beco. Gelson procurou proteção junto a uma árvore, começou a gravar mas recebeu um tiro no peito – que perfurou o colete à prova de balas. Seu corpo ainda foi levado para a UPA do Cesarão, em Santa Cruz. Na incursão, ele estava acompanhando de um repórter da TV Bandeirantes. Segundo relatos de profissionais que também cobriam a operação, o tiroteio era intenso e as equipes ficaram protegidas atrás de um muro.
Colete de repórter cinematográfico era do tipo II-A
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio teve acesso ao colete à prova de balas usado pelo repórter cinematográfico Gelson Domingos, morto no domingo com tiro no peito durante cobertura de operação policial na favela de Antares. É possível constatar que o equipamento é do tipo II-A.
Este tipo de indumentária protege contra tiros de armas como 9mm, com potencial bem abaixo dos fuzis usados em confrontos no Rio de Janeiro. Ao contrário do que a TV Bandeirantes afirmou, o equipamento não era do tipo III-A – que tem maior poder de defesa. “É de uma grande irresponsabilidade enviar um repórter para esta guerra urbana que vivemos no Rio com um equipamento deste tipo”, afirma o criminalista Nélio Andrade, que recebeu o colete através da família do jornalista.
O colete apresenta sinais de desgaste. Algumas inscrições não podem ser lidas a olho nu mas é possível verificar que a blindagem é 100% polietileno. A placa da parte da frente do colete, que foi perfurada, apresenta data de 2003. “A pessoa está completamente vulnerável com este equipamento”, diz o advogado. Conforme consta nas especificações na parte interna do material, o equipamento vence em outubro de 2013.
De acordo com o advogado, ainda nesta segunda-feira (7/11) o colete, que apresenta marcas de sangue e tem um pedaço de gaze preso ao velcro, iria ser entregue à Polícia Civil. O representante da família vai procurar a emissora. “A Bandeirantes mente quando informa que o colete era III-A “, completa o advogado.
Ainda sobre a nota da emissora, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro jamais propôs um curso de treinamento ministrado pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), como diz o texto da TV Bandeirantes. O curso, organizado pelo Sindicato, foi dado pelo International News Safety Institute (Insi).
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