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sexta-feira, 20 de março de 2009
AUNG SAN SUU KYI-ATIVISTA E PRÊMIO NOBEL DA PAZ
Aung San Suu Kyi, em birmanês , (Rangum, 19 de Junho de 1945) é líder e ativista birmanesa, premiada com o Nobel da Paz em 1991, líder da oposição ao regime ditatorial do país, activista dos direitos humanos.
Nasceu em 1945, em Rangum, filha de Aung San, o herói nacional da independência da Birmânia que foi assassinado quando Suu Kyi tinha apenas dois anos de idade.
Depois de ter vivido em Londres, regressou ao seu país em 1988, por altura da morte da mãe. O seu retorno à Birmânia, no momento denominada Myanmar, coincidiu com a eclosão de uma revolta popular espontânea contra vinte e seis anos de repressão política e de declínio económico no país. Em pouco tempo, Suu Kyi tornou-se a líder do movimento de contestação ao regime militar.
Nesse ano de 1988, morreram dez mil pessoas em consequência das medidas de repressão adoptadas pelo regime. Após o seu partido (a Liga Nacional para a Democracia) ter obtido uma vitória esmagadora nas eleições de 1990, Suu Kyi viu-se remetida a prisão domiciliária pela junta militar que governa o seu país. A Birmânia continuou a ser dirigida pelo general Ne Win num regime ditatorial, mas a luta pela democracia ganhava crescente visibilidade e apoio internacional.
Em 1990, Aung San Suu Kyi ganhou o prêmio Sakharov de liberdade de pensamento, e em 1991 foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz.
Em 1995 o regime militar decidiu levantar a pena de prisão domiciliar imposta à Prêmio Nobel, como sinal de abertura democrática dirigido à comunidade internacional. As liberdades individuais de Suu Kyi, porém, continuam muito limitadas.
LIBERDADE PARA AUNG SAN SUU E PRESOS POLÍTICOS DA BIRMÂNIA
A líder do movimento pró-democracia e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi passou mais de 13 anos presa pela junta militar da Birmânia (ou Mianmar). Ela e milhares de monges budistas e estudantes estão presos por protestar pacificamente a ditadura militar brutal do seu país. Esta semana temos a oportunidade de ajudá-los - mesmo à distância.
Mesmo correndo um enorme risco ativistas da Birmânia se pronunciaram esta semana pedindo a libertação imediata de Aung San Suu Kyi e de todos os prisioneiros políticos do país. Eles apelaram também pelo apoio da comunidade internacional pois só assim eles terão chances de combater a junta militar. Com a crise econômica a assistência humanitária internacional é cada vez mais necessária na Birmânia, portanto os generais estão se tornando mais vulneráveis à pressão internacional. É aí que nós entramos, estamos coletando um enorme número de assinaturas na petição para o Secretário Geral da ONU Ban Ki Moon, pedindo que a Birmânia se torne uma prioridade da ONU. Assine a petição no link abaixo e depois divulgue esta campanha para todos os seus amigos.
http://www.avaaz.org/po/free_burma_political_prisoners
Os ativistas da Birmânia querem coletar 888,888 nomes para a petição. O número 8 tem um simbolismo importante na cultura deles e a junta militar é extremamente supersticiosa. Como a situação deste país não é divulgada na mídia internacional, precisamos divulgar esta campanha para o maior número possível de pessoas para alcançar esta quantidade massiva de assinaturas.
O aumento da pressão internacional está funcionando, em dezembro 112 ex-presidentes e primeiros ministros de 50 países enviaram cartas para o Secretário Geral da ONU Ban Ki Moon pedindo para ele pressionar a junta pela liberação dos prisioneiros políticos. Em fevereiro, 20 prisioneiros políticos foram soltos logo após a visita de uma delegação da ONU ao país.
A junta militar teme as consequencias da mobilização online coordenada e sua influência sobre a ONU: mais de 160 exilados da Birmânia e grupos em 24 países estão participando da campanha. Porém ainda precisamos de um grande número de assinaturas para chamar a atenção do Sr. Ban Ki Moon. Clique abaixo pelo fim das prisões e da brutalidade militar:
http://www.avaaz.org/po/free_burma_political_prisoners
Este é um momento em que podemos fazer a diferença. Vamos apoiar os corajosos ativistas pró-democracia da Birmânia que hoje estão presos e exilados, para que eles tenham sucesso em acabar com a violenta repressão militar do seu país.
Saiba mais:
Birmânia: oposição denuncia prisão de cinco partidários de Suu Kyi:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1369523&idCanal=11
ONU pede libertação de presos políticos em Mianmar:
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1046293-5602,00-ONU+PEDE+LIBERTACAO+DE+PRESOS+POLITICOS+EM+MIANMAR.html
Quem é Aung San Suu Kyi:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aung_San_Suu_Kyi
Mianmar/Birmânia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Myanmar
domingo, 15 de março de 2009
terça-feira, 10 de março de 2009
50 ANOS DE INFERNO NO TIBETE, CAUSADO PELA CHINA
Dalai-lama diz que Tibete vive o 'inferno na Terra'
KANGDING - Policiais e soldados chineses posicionaram-se em cidades no Tibete e no conturbado oeste da China hoje em alerta para possíveis distúrbios durante o 50º aniversário de um levante contra Pequim. Num pronunciamento para marcar a data, o dalai-lama declarou hoje que o Tibete "vive o inferno na Terra sob o controle de Pequim". A China procurou se antecipar aos problemas no aniversário do fracassado levante de 1959 e de uma onda de violentas manifestações realizadas por tibetanos no ano passado. Os soldados e policiais foram posicionados em diversas comunidades no Tibete e em províncias próximas para impedir a realização de protestos.
O clima em Lhasa, a capital do Tibete, era calmo, mas a tensão era latente. O mesmo podia ser observado em outras cidades da região. Num discurso na cidade indiana de Dharamsala, onde vive no exílio, o Dalai Lama acusou a China de devastar o território em ações que provocaram a morte de centenas de milhares de pessoas.
"Até hoje os tibetanos do Tibete vivem com medo constante e as autoridades chinesas continuam suspeitando deles", disse o líder espiritual dos tibetanos ao denunciar a "brutal repressão" aos violentos protestos do ano passado.
Depois do discurso do Dalai Lama, milhares de jovens tibetanos saíram às ruas de Dharamsala exigindo que a China saia do Tibete. Também houve protestos de tibetanos em Nova Délhi (Índia), Seul (Coreia do Sul) e Camberra (Austrália).
O Dalai Lama é celebrado em grande parte do mundo como uma figura de autoridade moral, mas Pequim o acusa de tentar destruir a soberania da China por defender a independência do Tibete. O líder religioso, por sua vez, alega estar em busca de "autonomia verdadeira", e não da independência do Tibete.
"50 anos subjugados pela China. 50 anos de silêncio obsequioso da comunidade internacional diante do gigante vermelho. 50 anos de afronta aos direitos humanos. 50 anos de genocídio de mais de um milhão de tibetanos. 50 anos de destruição de mais de 6 mil monastérios. 50 anos de extermínio de um povo humilde e resignado.É hora mais do que nunca de se perguntar o que o mundo fará pelo Tibete? Onde estarão as Nações Unidas? Onde estará o Tribunal Internacional de Justiça? Onde estarão os países e as organizações internacionais defensoras e promotoras dos interesses globais? O Tibete não será patrimônio para a humanidade? A sua cultura, as suas tradições milenares, a sua religião, a sua filosofia de não-violência não serão um paradigma exemplar aos valores desenfreados da pós-modernidade no ocidente? Não haverá espaço na Terra para a sobrevivência do Tibete? Com a morte do 14º Dalai Lama o Tibete será definitivamente despersonalizado, desfigurado, enterrado? O Tibete não merece a atenção dos povos? Do direito internacional das gentes?Na hegemonia do poder e da violência reinantes na Terra não haverá lugar para o pacífico Tibete?
(...) O que se quer é a libertação do Tibete! Entretanto, isso só virá com a participação de todos, com a devida pressão da opinião pública mundial, com a manifestação dos cidadãos dos diversos recantos do planeta, com a mente construtiva e a esperança renovada dos seres humanos, com a sua manifestação, com a nossa, em fortalecimento a uma sucessão de fatos imprescindíveis para o restabelecimento da independência do Tibete. O que vamos fazer? O que fará cada um de nós? No site oficial do movimento se pode inscrever e se solidarizar com a causa - http://tibetanuprising.org . Isso nos parece ser o mínimo para os homens que se dizem do bem. Mas se pode muito mais..."
Igualmente assinar a
petição on line em
http://www.petitiononline.com/tibete01/petition.html ou http://www.tibet.vai.la e reenviá-la à sua lista.
Entrar na Comunidade Free Tibet Brasil em http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=220201 .
http://tibetelivrebrasil.blogspot.com
sábado, 7 de março de 2009
8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER
O PARTIDO DA MULHER BRASILEIRA, AMANHÃ, 8 DE MARÇO , ÀS 8h, ESTARÁ NA ORLA DE COPACABANA, RIO DE JANEIRO, COMEMORANDO O DIA INTERNACIONAL DA MULHER. O PARTIDO JÁ ESTÁ EM 11 CAPITAIS.
A referência histórica principal das origens do Dia Internacional da Mulher é a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em 1910, em Copenhague, na Dinamarca, quando Clara Zetkin propôs uma resolução de instaurar oficialmente um dia internacional das mulheres. Nessa resolução, não se faz nenhuma alusão ao dia 8 de março. Clara apenas menciona seguir o exemplo das socialistas americanas. É certo que a partir daí, as comemorações começaram a ter um caráter internacional, expandindo-se pela Europa, a partir da organização e iniciativa das mulheres socialistas.
Essa e outras fontes históricas intrigaram a pesquisadora Renée Coté, que publicou em 1984, no Canadá, sua instigante pesquisa em busca do elo ou dos elos perdidos da história do dia internacional das mulheres.
Renée, em sua trajetória de pesquisa, se deparou com a história das feministas socialistas americanas que tentavam resgatar do turbilhão da história de lutas dos trabalhadores no final do século XIX e início do século XX, a intensa participação das mulheres trabalhadoras, mostrar suas manifestações, suas greves, sua capacidade de organização autônoma de lutas, destacando-se a batalha pelo direito ao voto para as mulheres, ou seja, pelo sufrágio universal. A partir daí, levanta hipóteses sobre o por quê de tal registro histórico ter sido negligenciado ou se perdido no tempo.
O que nos fica claro, a partir de sua pesquisa das fontes históricas é que a referência de um 8 de março ou uma greve de trabalhadoras americanas, manifestações de mulheres ou um dia da mulher, não aparece registrada nas diversas fontes pesquisadas no período, principalmente nos jornais e na imprensa socialista.
Houve greves e repressões de trabalhadores e trabalhadoras no período que vai do final do século XIX até 1908, mas nenhum desses eventos até então dizem respeito à morte de mulheres em Nova York, que teria dado origem ao dia de luta das mulheres. Tais buscas revelam, para Coté, que não houve uma greve heróica, seja em 1857 ou em 1908, mas um feminismo heróico que lutava por se firmar entre as trabalhadoras americanas. Em busca do 8 de março retraçou a luta pela existência autônoma das mulheres socialistas americanas.
- As fontes encontradas revelam o seguinte:
Em 03 de maio de 1908 em Chicago, se comemorou o primeiro "Woman's day", presidido por Lorine S. Brown, documentado pelo jornal mensal The Socialist Woman, no Garrick Theather, com a participação de 1500 mulheres que "aplaudiram as reivindicações por igualdade econômica e política das mulheres; no dia consagrado à causa das trabalhadoras".
Enfim, foi dedicado à causa das operárias, denunciando a exploração e a opressão das mulheres, mas defendendo, com destaque, o voto feminino. Defendeu-se a igualdade dos sexos, a autonomia das mulheres, portanto, o voto das mulheres, dentro e fora do partido.
Já em 1909, o Woman's day, foi atividade oficial do partido socialista e organizado pelo comitê nacional de mulheres, comemorado em 28 de fevereiro de 1909, a publicidade da época convocava o "woman suffrage meeting", ou seja, em defesa do voto das mulheres, em Nova York.
Coté apura que as socialistas americanas sugerem um dia de comemorações no último domingo de fevereiro, portanto, o woman's day teve, no início, várias datas, mas foi ganhando a adesão das mulheres trabalhadoras, inclusive grevistas e teve participação crescente.
Os jornais noticiaram o woman's day em Nova York, em 27 de fevereiro de 1910, no Carnegie Hall, com 3000 mulheres, onde se reuniram as principais associações em favor do sufrágio, convocado pelas socialistas, mas com participação de mulheres não socialistas.
Consta que houve uma greve longa dos operários têxteis de Nova York (shirtwaist makers) que durou de novembro de 1909 a fevereiro de 1910, 80% dos grevistas eram mulheres e que terminou 12 dias antes do woman's day.
Essa foi à primeira greve de mulheres de grande amplitude denunciando as condições de vida e trabalho e demonstrou a coragem das mulheres costureiras, recebendo apoio massivo. Muitas dessas operárias participaram do woman's day e engrossaram a luta pelo direito ao voto das mulheres (conquistado em 1920 em todo o EUA).
Clara Zetkin, socialista alemã, propõe que o woman's day ou women's day se torne "uma jornada especial, uma comemoração anual de mulheres, seguindo o exemplo das companheiras americanas". Sugere ainda, num artigo do jornal alemão Diegleichheit, de 28/08/1910, que o tema principal seja a conquista do sufrágio feminino.
Em 1911, o dia internacional das mulheres, foi comemorado pelas alemãs, em 19 de março e pelas suecas, junto com o primeiro de maio etc. Enfim, foi celebrado em diferentes datas. Já em 1913, na Rússia, sob o regime czarista, foi realizada a Primeira Jornada Internacional das Trabalhadoras pelo sufrágio Feminino.
As operárias russas participaram da jornada internacional das mulheres em Petrogrado e foram reprimidas. Em 1914, todas as organizadoras da Jornada ou Dia Internacional das Mulheres na Rússia foram presas, o que tornou impossível a comemoração. Em 1914, o Dia Internacional das Mulheres, na Alemanha foi dedicado ao direito ao voto para as mulheres. E foi comemorado pela primeira vez no dia 8 de março, ao que consta porque foi uma data mais prática naquele ano.
As socialistas européias coordenavam as comemorações em torno do direito ao voto vinculando-o à emancipação política das mulheres, mas a data era decidida em cada país. Em tempos de guerra, o dia internacional das mulheres passou à segundo plano na Europa.
Outra referência instigante, que leva a indicação da origem da fixação do dia 8 de março, foi a ligação dessa data com a participação ativa das operárias russas em ações que desencadearam a revolução russa de 1917. Portanto, uma ação política das operárias russas no dia 8 de março, no calendário gregoriano, ou 23 de fevereiro, no calendário russo, precipitou o início das ações revolucionárias que tornaram vitoriosa a revolução russa.
Alexandra Kolontai, dirigente feminista da revolução socialista escreveu sobre o fato e sobre o 8 de março, mas, curiosamente, desaparece da história do evento. Diz ela: "O dia das operárias em 8 de março de 1917 foi uma data memorável na história. A revolução de fevereiro acabara de começar".
O fato também é mencionado por Trotski, dirigente da revolução, na História da Revolução Russa. Nessas narrativas fica claro, que as mulheres desencadearam a greve geral, saindo corajosamente, às ruas de Petrogrado, no dia internacional das mulheres, contra a fome, a guerra e o czarismo.
Trotski diz: "23 de fevereiro (8 de março), era o dia internacional das mulheres estava programado atos, encontros etc. Mas não imaginávamos que este "dia das mulheres" viria a inaugurar a revolução. Estava planejado ações revolucionárias mas sem data prevista. Mas pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixam o trabalho de várias fábricas e enviam delegadas para solicitarem sustentação da greve... o que se transforma em greve de massas.... todas descem às ruas".
Constata-se que a revolução foi desencadeada por elementos de base que superaram a oposição das direções e a iniciativa foi das operárias mais exploradas e oprimidas, as têxteis. O número de grevistas foi em torno de 90.000, a maioria mulheres. Constata-se que o dia das mulheres foi vencedor, foi pleno e não houve vítimas.
Renée Coté encontra, por fim, documentos de 1921 da Conferência Internacional das Mulheres Comunistas onde "uma camarada búlgara propõe o 8 de março como data oficial do dia internacional da mulher, lembrando a iniciativa das mulheres russas". Então. a partir de 1922, o Dia Internacional da Mulher é celebrado oficialmente no dia 8 de março.
Essa história se perdeu nos grandes registros históricos seja do movimento socialista, seja dos historiadores do período. Faz parte do passado histórico e político das mulheres e do movimento feminista de origem socialista no começo do século.
Algumas feministas européias na década de 70, por não encontrarem referência concreta às operárias têxteis mortas em um incêndio em 1857, em Nova York, chegaram a considerá-lo um fato mítico. Mas essa hipótese foi descartada diante de tantos fatos e eventos vinculando as origens do dia internacional da mulher às mulheres americanas de esquerda.
Quanto aos elos perdidos dos fatos em torno do dia 8 de março, levantam-se várias hipóteses, em busca de mais aprofundamento. É certo que, nos EUA, em Nova York, as operárias têxteis já denunciavam as condições de vida e trabalho, já faziam greves. E esse momento de organização das trabalhadoras faz parte de todo um processo histórico de transformações sociais que colocaram as mulheres em condições de lutarem por direitos, igualdade e autonomia participando do contexto social e político que motivaram a existência de um dia de comemoração que simbolizasse suas lutas, conquistas e necessidade de organização. É preciso, pois, entretecer os fios da história desse período.
Desse contexto, surge um dos relatos a ser precisado em suas fontes documentais, sintetizado por Gládis Gassen, (em texto para as trabalhadoras rurais da FETAG), nos indicando que, em março de 1911, dezoito dias após o woman's day, não em 1857, " numa mal ventilada indústria têxtil, que ocupava os 3 últimos andares de um edifício de 10 andares, na Triangle Schirwaist Company, de New York, estalou um incêndio que envolveu 500 mulheres jovens, judias e italianas imigrantes, que trabalhavam precariamente, com o assoalho coberto de materiais e resíduos inflamáveis, o lixo amontoado por todas as partes, sem saídas em caso de incêndio, nem mangueiras para água... Para " impedir a interrupção do trabalho", a empresa trancava à chave a porta de acesso à saída. Quando os bombeiros conseguiram chegar onde estavam as mulheres, 147 já tinham morrido carbonizadas ou estateladas na calçada da rua, para onde se jogavam em desespero.
Após essa tragédia, nomeou-se a Comissão Investigadora de Fábricas de New York, que tinha sido solicitada há 50 anos! E iniciaram, assim, as legislações de proteção à saúde e à vida das trabalhadoras. A líder sindical Rosa Scneiderman organizou 120.000 trabalhadoras no funeral das operárias para lamentar a perda e declarar solidariedade a todas as mulheres trabalhadoras.
Assim, embora, seja necessário continuar a procurar o fio da meada, é certo que todo um ciclo de lutas, numa era de grandes transformações sociais, até as primeiras décadas do século XX, tornaram o dia internacional das mulheres o símbolo da participação ativa das mulheres para transformarem a sua condição e a transformarem a sociedade.
Estamos nós assim, anualmente, como nossas antecessoras comemorando nossas iniciativas e conquistas, fazendo um balanço de nossas lutas, atualizando nossa agenda de lutas pela igualdade entre homens e mulheres e por um mundo onde todos e todas possam viver com dignidade e plenamente.
Referências Bibliográficas:
- Cote, Renée. (1984) La Journée internationale dês femmes ou les vrais dates des mystérieuses origines du 8 de mars jusqu'ici embrouillés, truquées, oubliées : la clef dês énigmes .La vérité historique. Montreal: Les éditions du remue ménage.
- Gassem, Gladis. (2000) Ato de solidariedade à mulher trabalhadora Ou, Afrodite surgindo dos mares. 8 de Março de 2000. Organização das trabalhadoras rurais. FETAG/RS.Adital.
A referência histórica principal das origens do Dia Internacional da Mulher é a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em 1910, em Copenhague, na Dinamarca, quando Clara Zetkin propôs uma resolução de instaurar oficialmente um dia internacional das mulheres. Nessa resolução, não se faz nenhuma alusão ao dia 8 de março. Clara apenas menciona seguir o exemplo das socialistas americanas. É certo que a partir daí, as comemorações começaram a ter um caráter internacional, expandindo-se pela Europa, a partir da organização e iniciativa das mulheres socialistas.
Essa e outras fontes históricas intrigaram a pesquisadora Renée Coté, que publicou em 1984, no Canadá, sua instigante pesquisa em busca do elo ou dos elos perdidos da história do dia internacional das mulheres.
Renée, em sua trajetória de pesquisa, se deparou com a história das feministas socialistas americanas que tentavam resgatar do turbilhão da história de lutas dos trabalhadores no final do século XIX e início do século XX, a intensa participação das mulheres trabalhadoras, mostrar suas manifestações, suas greves, sua capacidade de organização autônoma de lutas, destacando-se a batalha pelo direito ao voto para as mulheres, ou seja, pelo sufrágio universal. A partir daí, levanta hipóteses sobre o por quê de tal registro histórico ter sido negligenciado ou se perdido no tempo.
O que nos fica claro, a partir de sua pesquisa das fontes históricas é que a referência de um 8 de março ou uma greve de trabalhadoras americanas, manifestações de mulheres ou um dia da mulher, não aparece registrada nas diversas fontes pesquisadas no período, principalmente nos jornais e na imprensa socialista.
Houve greves e repressões de trabalhadores e trabalhadoras no período que vai do final do século XIX até 1908, mas nenhum desses eventos até então dizem respeito à morte de mulheres em Nova York, que teria dado origem ao dia de luta das mulheres. Tais buscas revelam, para Coté, que não houve uma greve heróica, seja em 1857 ou em 1908, mas um feminismo heróico que lutava por se firmar entre as trabalhadoras americanas. Em busca do 8 de março retraçou a luta pela existência autônoma das mulheres socialistas americanas.
- As fontes encontradas revelam o seguinte:
Em 03 de maio de 1908 em Chicago, se comemorou o primeiro "Woman's day", presidido por Lorine S. Brown, documentado pelo jornal mensal The Socialist Woman, no Garrick Theather, com a participação de 1500 mulheres que "aplaudiram as reivindicações por igualdade econômica e política das mulheres; no dia consagrado à causa das trabalhadoras".
Enfim, foi dedicado à causa das operárias, denunciando a exploração e a opressão das mulheres, mas defendendo, com destaque, o voto feminino. Defendeu-se a igualdade dos sexos, a autonomia das mulheres, portanto, o voto das mulheres, dentro e fora do partido.
Já em 1909, o Woman's day, foi atividade oficial do partido socialista e organizado pelo comitê nacional de mulheres, comemorado em 28 de fevereiro de 1909, a publicidade da época convocava o "woman suffrage meeting", ou seja, em defesa do voto das mulheres, em Nova York.
Coté apura que as socialistas americanas sugerem um dia de comemorações no último domingo de fevereiro, portanto, o woman's day teve, no início, várias datas, mas foi ganhando a adesão das mulheres trabalhadoras, inclusive grevistas e teve participação crescente.
Os jornais noticiaram o woman's day em Nova York, em 27 de fevereiro de 1910, no Carnegie Hall, com 3000 mulheres, onde se reuniram as principais associações em favor do sufrágio, convocado pelas socialistas, mas com participação de mulheres não socialistas.
Consta que houve uma greve longa dos operários têxteis de Nova York (shirtwaist makers) que durou de novembro de 1909 a fevereiro de 1910, 80% dos grevistas eram mulheres e que terminou 12 dias antes do woman's day.
Essa foi à primeira greve de mulheres de grande amplitude denunciando as condições de vida e trabalho e demonstrou a coragem das mulheres costureiras, recebendo apoio massivo. Muitas dessas operárias participaram do woman's day e engrossaram a luta pelo direito ao voto das mulheres (conquistado em 1920 em todo o EUA).
Clara Zetkin, socialista alemã, propõe que o woman's day ou women's day se torne "uma jornada especial, uma comemoração anual de mulheres, seguindo o exemplo das companheiras americanas". Sugere ainda, num artigo do jornal alemão Diegleichheit, de 28/08/1910, que o tema principal seja a conquista do sufrágio feminino.
Em 1911, o dia internacional das mulheres, foi comemorado pelas alemãs, em 19 de março e pelas suecas, junto com o primeiro de maio etc. Enfim, foi celebrado em diferentes datas. Já em 1913, na Rússia, sob o regime czarista, foi realizada a Primeira Jornada Internacional das Trabalhadoras pelo sufrágio Feminino.
As operárias russas participaram da jornada internacional das mulheres em Petrogrado e foram reprimidas. Em 1914, todas as organizadoras da Jornada ou Dia Internacional das Mulheres na Rússia foram presas, o que tornou impossível a comemoração. Em 1914, o Dia Internacional das Mulheres, na Alemanha foi dedicado ao direito ao voto para as mulheres. E foi comemorado pela primeira vez no dia 8 de março, ao que consta porque foi uma data mais prática naquele ano.
As socialistas européias coordenavam as comemorações em torno do direito ao voto vinculando-o à emancipação política das mulheres, mas a data era decidida em cada país. Em tempos de guerra, o dia internacional das mulheres passou à segundo plano na Europa.
Outra referência instigante, que leva a indicação da origem da fixação do dia 8 de março, foi a ligação dessa data com a participação ativa das operárias russas em ações que desencadearam a revolução russa de 1917. Portanto, uma ação política das operárias russas no dia 8 de março, no calendário gregoriano, ou 23 de fevereiro, no calendário russo, precipitou o início das ações revolucionárias que tornaram vitoriosa a revolução russa.
Alexandra Kolontai, dirigente feminista da revolução socialista escreveu sobre o fato e sobre o 8 de março, mas, curiosamente, desaparece da história do evento. Diz ela: "O dia das operárias em 8 de março de 1917 foi uma data memorável na história. A revolução de fevereiro acabara de começar".
O fato também é mencionado por Trotski, dirigente da revolução, na História da Revolução Russa. Nessas narrativas fica claro, que as mulheres desencadearam a greve geral, saindo corajosamente, às ruas de Petrogrado, no dia internacional das mulheres, contra a fome, a guerra e o czarismo.
Trotski diz: "23 de fevereiro (8 de março), era o dia internacional das mulheres estava programado atos, encontros etc. Mas não imaginávamos que este "dia das mulheres" viria a inaugurar a revolução. Estava planejado ações revolucionárias mas sem data prevista. Mas pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixam o trabalho de várias fábricas e enviam delegadas para solicitarem sustentação da greve... o que se transforma em greve de massas.... todas descem às ruas".
Constata-se que a revolução foi desencadeada por elementos de base que superaram a oposição das direções e a iniciativa foi das operárias mais exploradas e oprimidas, as têxteis. O número de grevistas foi em torno de 90.000, a maioria mulheres. Constata-se que o dia das mulheres foi vencedor, foi pleno e não houve vítimas.
Renée Coté encontra, por fim, documentos de 1921 da Conferência Internacional das Mulheres Comunistas onde "uma camarada búlgara propõe o 8 de março como data oficial do dia internacional da mulher, lembrando a iniciativa das mulheres russas". Então. a partir de 1922, o Dia Internacional da Mulher é celebrado oficialmente no dia 8 de março.
Essa história se perdeu nos grandes registros históricos seja do movimento socialista, seja dos historiadores do período. Faz parte do passado histórico e político das mulheres e do movimento feminista de origem socialista no começo do século.
Algumas feministas européias na década de 70, por não encontrarem referência concreta às operárias têxteis mortas em um incêndio em 1857, em Nova York, chegaram a considerá-lo um fato mítico. Mas essa hipótese foi descartada diante de tantos fatos e eventos vinculando as origens do dia internacional da mulher às mulheres americanas de esquerda.
Quanto aos elos perdidos dos fatos em torno do dia 8 de março, levantam-se várias hipóteses, em busca de mais aprofundamento. É certo que, nos EUA, em Nova York, as operárias têxteis já denunciavam as condições de vida e trabalho, já faziam greves. E esse momento de organização das trabalhadoras faz parte de todo um processo histórico de transformações sociais que colocaram as mulheres em condições de lutarem por direitos, igualdade e autonomia participando do contexto social e político que motivaram a existência de um dia de comemoração que simbolizasse suas lutas, conquistas e necessidade de organização. É preciso, pois, entretecer os fios da história desse período.
Desse contexto, surge um dos relatos a ser precisado em suas fontes documentais, sintetizado por Gládis Gassen, (em texto para as trabalhadoras rurais da FETAG), nos indicando que, em março de 1911, dezoito dias após o woman's day, não em 1857, " numa mal ventilada indústria têxtil, que ocupava os 3 últimos andares de um edifício de 10 andares, na Triangle Schirwaist Company, de New York, estalou um incêndio que envolveu 500 mulheres jovens, judias e italianas imigrantes, que trabalhavam precariamente, com o assoalho coberto de materiais e resíduos inflamáveis, o lixo amontoado por todas as partes, sem saídas em caso de incêndio, nem mangueiras para água... Para " impedir a interrupção do trabalho", a empresa trancava à chave a porta de acesso à saída. Quando os bombeiros conseguiram chegar onde estavam as mulheres, 147 já tinham morrido carbonizadas ou estateladas na calçada da rua, para onde se jogavam em desespero.
Após essa tragédia, nomeou-se a Comissão Investigadora de Fábricas de New York, que tinha sido solicitada há 50 anos! E iniciaram, assim, as legislações de proteção à saúde e à vida das trabalhadoras. A líder sindical Rosa Scneiderman organizou 120.000 trabalhadoras no funeral das operárias para lamentar a perda e declarar solidariedade a todas as mulheres trabalhadoras.
Assim, embora, seja necessário continuar a procurar o fio da meada, é certo que todo um ciclo de lutas, numa era de grandes transformações sociais, até as primeiras décadas do século XX, tornaram o dia internacional das mulheres o símbolo da participação ativa das mulheres para transformarem a sua condição e a transformarem a sociedade.
Estamos nós assim, anualmente, como nossas antecessoras comemorando nossas iniciativas e conquistas, fazendo um balanço de nossas lutas, atualizando nossa agenda de lutas pela igualdade entre homens e mulheres e por um mundo onde todos e todas possam viver com dignidade e plenamente.
Referências Bibliográficas:
- Cote, Renée. (1984) La Journée internationale dês femmes ou les vrais dates des mystérieuses origines du 8 de mars jusqu'ici embrouillés, truquées, oubliées : la clef dês énigmes .La vérité historique. Montreal: Les éditions du remue ménage.
- Gassem, Gladis. (2000) Ato de solidariedade à mulher trabalhadora Ou, Afrodite surgindo dos mares. 8 de Março de 2000. Organização das trabalhadoras rurais. FETAG/RS.Adital.
quarta-feira, 4 de março de 2009
FESTA FUNK MUND - 12 DE MARÇO- CINE LAPA
FESTA FUNK MUND - 12 de Março - no CINE LAPA - RIO DE JANEIRO
A proposta é realizar, em especial, na Lapa, a festa "Funk Mund" que acontecerá em Londres e no Brasil, simultaneamente.
O grande objetivo da festa é unir o que há de melhor na área funk/música eletrônica nacional com o funk/música eletrônica internacional. É um projeto ousado e que será um ato de forte impacto na noite carioca.
Duelo de mc´s agitarão a noitada, no mesmo estilo do filme “8 Mile” com o famoso rapper Eminem.
O evento contará com artistas de várias nacionalidades: brasileiro, alemão, austríaco, americano e canadense, fazendo uma bela mistura cultural, agregando o eletrônico internacional à batida pulsante e nervosa do funk carioca, que após tomar conta de todo o Brasil, começa a se espalhar pelo mundo em eventos globalizados como esse.
Um alemão cantando funk em Português seria algo possível? Sim! Quem for ao evento verá o revolucionário MC Gringo que quebra todos os padrões e inova tanto dessa forma, como cantando Cartola em alemão! Ele participou do Programa do Jô Soares e se apresentou no Tim Festival. Será o apresentador da noite e uma das grandes atrações dessa festa, que tem tudo para abalar as estruturas da Lapa.
Existe melhor lugar para unir culturas mundiais do que a Lapa? Não. Lá é com toda a certeza, o endereço certo para o encontro musical mais esperado de funk/música eletrônica dos últimos tempos. A lotação do evento é certa. Não somente pelas atrações, que serão ótimas, mas pelo fato de que a música eletrônica está em total evidência por aqui. Além de tudo, tereremos a união com o funk carioca, que há tempos saiu dos morros e invadiu a zona sul e todas as boates mais chiques do Rio de Janeiro. Aliás, não só do Rio. Hoje, o funk é uma realidade brasileira e até mundial, tamanha a quantidade de artistas que buscam nele uma inovação para sua música. A união do eletrônico com o funk carioca, sacramentada por artistas brasileiros e estrangeiros, transformará o espetáculo em uma das noites mais quentes do ano.
A aposta no sucesso da festa é grande, e temos o objetivo de torná-la mensal, sempre com artistas internacionais “duelando” com outros nacionais e realizando intercâmbio cultural. Chegou o momento do funk brasileiro mostrar toda a nossa musicalidade. A hora é agora.
Artistas
Teremos concurso com 3 MC´s, 3 DJs nacionais, 3 DJs internacionais
DJs NACIONAIS
DJ EDGARD(EX-DJ DO MR. CATRA / SUCESSO ATUAL NA EUROPA)
DJ AMAZING CLAY (RIO DE JANEIRO / FEZ TURNÊ NA EUROPA AGORA / UM DOS PRODUTORES PÓS-FUNK MAIS FAMOSOS)
DJ GORKY (CURITIBA / BONDE DO ROLÉ)
DJs INTERNACIONAIS
DJ NATALIE BRUNNER (VIENA / ÁUSTRIA / APRESENTADORA DA RÁDIO FM 4)
DJ JP (VANCOUVER / CANADÁ)
DJ COMRADE ( LOS ANGELES / EUA)
MCs
MC DON BLANQUITO (LOS ANGELES/ EUA)
MC GUS ( RJ/MANRECORDINGS / TIM FESTIVAL – NOITE FUNK MUNDIAL )
MC ZUZUKA PODEROSA ( NY / EUA / SP / NOVO CD DE MARCELO D2 / VIGARISTA PROD.)
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